SEXUALIDADE E EROTISMO Professor: Luiz Alberto Hanns Monitor: Gabriel Sala: Auditório
Aula 1 – Introdução edesenvolvimento psicossexual – 31/5/2011 Breve contextualização histórica
“Sexualidade” é o termo utilizado para se referir a tudo que está relacionado ao sexo
e ao ato sexual, e “erotismo” é o que está ligado à excitação, ao prazer e ao gozo. Essas
noções mudaram bastante ao longo da história, especialmente nos últimos séculos. No
período entre 1800 e 1900, a meta de vida era dar conta dos diversos círculos de obrigações
sociais. O prazer não era um grande tópico. Existia interesse nele, mas a cultura não se
organizava de forma a lhe dar espaço; se houvesse alguma sobra de tempo ou espaço nos
interstícios do cumprimento dos deveres sociais, então tudo bem se dedicar ao prazer, mas
No começo do século 20 inicia-se um processo de medicalização sexal. Com o
advento da psicanálise, surge a ideia de que o sexo é algo muito importante e muito
reprimido. Há uma continuidade da mentalidade presente no século anterior, mas o sexo
passa a ser mais mencionado e discutido, surge a sexologia, mesmo que ainda incipiente, e
começa uma concessão ao prazer moderado. A década de 1960 representou uma grande
libertação sexual, principalmente na forma de uma afirmação coletiva e de experimentação,
com um forte senso idealizado e romântico. A década de 1970 foi como a derrota deste
sonhos dos anos 1960, o sexo sai do âmbito coletivo e se volta mais a nichos individuais.
Nos anos 1980 houve um fortalecimento do cenário gay e de experimentações mais
extremas, mas aconteceu uma ruptura devido à retomada conservadora na política (como os
governos de Ronald Reagan nos EUA e de Margaret Thatcher no Reino Unido) e,
principalmente, ao surgimento da aids. O fim desta década, representado pela geração
yuppie, obcecada pelo trabalho e pelo sucesso, foi caracterizado por um esgotamento dos
sonhos e dos experimentos e por um sexo mais clean, cuja estética pode ser vista em filmes
da época, como 9 ½ semanas de amor (Nine ½ weeks).
Na década de 1990 nota-se uma participação mais integrada e orgânica do feminino.
O tema principal deixa de ser o sucesso, um tema tipicamente masculino, e passa a ser a
qualidade de vida, o ritmo de vida e a sustentabilidade. A relação com o sexo passa pelas
discussões do politicamente correto, da igualdade e da transparência; inicia-se um
movimento em direção ao fim dos preconceitos. A época em que vivemos, o início da década
de 2010, apresenta ecos de todo este passado. A grande mudança é que estamos todos
online e todos temos representações, não só no mundo virtual, mas também na vida real: a
estetização, o trabalho de negar o envelhecimento, até o Viagra. Nosso tempo é um que
busca a otimização de tudo, vivemos pressionados pelos procedimentos (medicina
preventiva, receitas para sucesso e felicidade, superestimulação). A relação com os corpos e
com o sexo mudou, o discurso romântico foi substituído pela busca do prazer, e as relações
interpessoais, principalmente os casamentos, têm um caráter cada vez mais pragmático.
Conceitos fundamentais da psicossexualidade
Nós somos constituídos pelo que Freud denominou “série complementar”, isto é, o
somatório da nossa biologia, que inclui tanto a nossa constituição quanto nossa história de
espécie e de gênero, e das experiências que vivenciamos. Não é possível determinar o que
somos somente pela biologia, e isso se aplica também ao corpo sexual, a anatomia só define
a sexualidade até certo ponto. O corpo erógeno, que é a parte do corpo investida de pulsão
sexual, não se restringe só à genitália, nossa tendência é erogenizar todo o corpo e suas
O conceito de “pulsão” é definido por Freud como um esforço para se preservar, um
empenho de vida. A própria condição de estar vivo é estressante, pois é uma condição de
constante confronto com um ambiente externo e interno; acomodação é morte. A pulsão, em
seres mais complexos, está relacionada com imagem e com prazer. Há uma correlação entre
dor, prazer e memória que, quando estimulada, dirige à vida. A memória é guiada por dor e
por prazer, buscamos não repetir experiências dolorosas e nos cercar de coisas prazerosas, e
essas noções são definidas por imagens e símbolos. O que distingue o ser humano dos
outros animais é sua capacidade de simbolizar e de formar metáforas complexas. Com essas
associações, o prazer deixa de ser correspondente a sua vocação corporal natural, isto é, até
Nos seres humanos, o prazer sexual, portanto, se descolou da sua função
(reprodução), e o campo da sensualidade não está a serviço dela. O sexo para o ser humano
tem um caráter lúdico, e é usado para tornar a vida mais encantadora. Existe uma
porosidade entre ele e diversas outras áreas da vida, isto é, um bom jantar acompanhado de
um bom vinho pode ser afrodisíaco e sensual, mesmo não estando diretamente relacionado
ao sexo. As redes contíguas no cérebro conectam diversos aspectos de nossa vida e, como
toda imagem tem uma carga de prazer e desprazer, algumas imagens prazerosas se
associam ao prazer sexual. Até a nossa relação com a dor, fisíca ou psicológica, seja de
senti-la ou de causá-la, convoca uma excitação que pode levar à excitação sexual. O prazer
sexual, portanto, é algo muito amplo e descolou-se quase que completamente da
Gozo ativo e passivo
Há duas formas diferentes de gozo, o ativo e o passivo. Ambos podem acontecer nos
dois sexos, embora o gozo ativo esteja mais relacionado ao homem e o passivo, à mulher. O
gozo ativo acontece quando usamos nosso próprio corpo para manejar fisicamente um
objeto e por meio dessa manipulação, descarregar uma tensão prazerosa, tanto física quanto
psicológica. Este tipo de gozo também está relacionado a uma sensação de apoderamento e
dominação. Um exemplo trivial, embora preciso, é o de estourar plástico bolha. Por meio do
manejo e da deformação do objeto conseguimos extrair prazer.
O gozo passivo é aquele em que o corpo é entregue a outro corpo e manipulado de
forma a remover tensão fisicamente e trazer alívio, como é o caso de uma massagem. O
gozo passivo é um pouco mais complicado do que o ativo porque requer uma entrega total
de um corpo ao outro, exigindo relaxamento e confiança. O maior problema, no entanto,
entre essas duas formas de gozo, uma mais tipicamente masculina e uma mais tipicamente
feminina, é que existe uma assimetria entre elas. Para usar os exemplos dados: ao
estourarmos plástico bolha nós não estamos particularmente interessados nos sentimentos
do plástico bolha e se ele está confortável e aproveitando a experiência; assim como uma
massagem que extraia toda a tensão do massageado vai provavelmente ser enfadonha para
Prazer e desprazer
O prazer está relacionado a uma tensão liberada. Essa tensão se dá por uma
quantidade de estímulos que, em excesso, causam desprazer, ou dor, e em falta, não
causam prazer algum. A justa medida do prazer está na quantidade de carga e descarga de
estímulos. Uma maior carga gera mais tensão que, quando liberada, causa o gozo. Durante o
crescendo de tensão, aumenta o potencial de dor. Esse potencial não é percebido porque o
processo é rápido, e ao mesmo tempo que várias áreas estão sendo hipersestimuladas e a
dor está surgindo, diversas pequenas tensões são atendidas de imediato; a tensão geral é
encoberta pela cascata de pequenos gozos. A satisfação da tensão geral é extremamente
prazerosa, mas, se não atendida, ocorre dor física e psicológica. Os neurônios modulam o
ritmo e o período dos disparos, para que se aumente a dor até o ponto ótimo para o alívio. O
ritmo impede que a tensão chegue a se tornar dor.
A experiência humana com o prazer é muito complexa. Devido a essa relação
próxima com a dor, o prazer, levado aos limites extremos, se aproxima do mortífero. Freud
dizia que nem tudo pode ser sublimado, portanto é necessária uma dose de prazer e de
satisfação direta. O prazer precisa da tensão e de certa imprevisibilidade e de
desenquadramento de regras higienistas e sociais, ou seja, é necessariamente transgressor.
Observação: Este relatório foi preparado pelo monitor do curso, um estudante universitário, com base em suas anotações da aula. É apenas uma versão do conteúdo apresentado, destinada a apoiar o aluno em seus estudos. Não substitui a presença no curso, nem outras pesquisas sobre o tema, podendo conter eventuais incorreções – caso identifique alguma, por favor, aponte-a
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