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Plano de Formação 2007/08
Com Francisco de Assis, movidos pela Palavra,

encetar caminhos de conversão
Tema nº 2
Conversão Interior
Tema nº 2
Conversão Interior
Motivação
Com frequência ouvimos falar de conversão. Mas a conversão não é unicamente fruto do nosso esforço. A Palavra de Deus, os Sacramentos, as circunstâncias da vida… são o “adubo” de Deus, os cuidados que nos proporciona para continuarmos a crescer, para podermos amadurecer, para nos convertermos e darmos fruto em abundância. Proposta de Cânticos

* Renova-me (Pneuma Vita, Cd Rios de Águas Viva)
* Vaso Novo (Isabel Cardoso, Cd Quero louvar-Te)
* Um novo coração me dá Senhor (Frei Hermano da Câmara, Cd Missa Portuguesa)
Escutando a Palavra
Convertei-vos a mim de todo o coração.” Cf. Dt 30, 10 “Sede santos, como vosso Pai celeste é santo” Mt. 5, 48 “Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. Disse ao encarregado da vinha: ‘Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra? Mas ele respondeu: ‘Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la”. Lc 13, 6-9 “Um homem tinha dois filhos.O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.’ E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si, disse: ‘Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou Plano de Formação 2007/08
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Conversão Interior
dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.’ E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. O filho disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.’ Mas o pai disse aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.’ E a festa principiou. Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: ‘O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.’ Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: ‘Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.’ O pai respondeu-lhe: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.’ Lc 15,11-32 «Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.’ Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.» Lc 15,4-7 A Voz da Igreja
A conversão não acontece nunca de uma vez por todas, mas é um processo, um caminho interior de toda nossa vida. Converter-se quer dizer buscar Deus, caminhar com Deus, seguir docilmente os ensinamentos de seu Filho Jesus Cristo. Converter-se não é um esforço por realizar a si mesmo, porque o ser humano não é o arquitecto do próprio destino. Nós não criamos a nós mesmos. Por isso, a auto-realização é uma contradição e é muito pouco para nós. Temos um destino mais alto. Poderíamos dizer que a conversão consiste precisamente em não se considerar ‘criadores’ de si mesmos, descobrindo deste modo a verdade, porque não somos autores de nós mesmos. (Bento XVI, Intervenção na audiência geral, Quarta-Feira de Cinzas de 2007) “A conversão a Deus consiste sempre na descoberta da sua misericórdia, isto é, do amor que é “paciente e benigno” como o é o Criador e Pai; amor ao qual “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” é fiel até às últimas consequências na história da Aliança Plano de Formação 2007/08
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Conversão Interior
com o homem, até à cruz, à morte e à ressurreição do seu Filho. A conversão a Deus é sempre fruto do retorno para junto deste Pai, “rico em misericórdia”. O autêntico conhecimento do Deus da misericórdia, Deus do amor benigno, é a fonte constante e inexaurível de conversão, não somente como momentâneo acto interior, mas também como disposição permanente, como estado de espírito. Aqueles que assim chegam ao conhecimento de Deus, aqueles que assim O “vêem”, não podem viver de outro modo que não seja convertendo-se a Ele continuamente. Passam a viver em estado de conversão; e é este estado que constitui a característica mais profunda da peregrinação de todo homem sobre a terra, em estado de peregrino. (Exortação Apostólica, João Paulo II, 1980, Dives in Misericordia, 13) Das Fontes Franciscanas
Era o ano de 1205. O jovem Francisco, procurando grandes glórias terrenas, decide alistar-se nos exércitos comandados por Gualter de Brienne. Arma-se magnificamente e parte. Estando a caminho, em Espoleto, quando dormitava, ouviu uma voz a perguntar-lhe onde queria ir. Revelou com prazer toda a sua ambição. Então a voz acrescentou: “Quem te pode dar mais, o Senhor ou o servo?” Respondeu: “O Senhor”. A voz replicou: “Ora bem, porque deixas o Senhor pelo servo, o príncipe pelo vassalo?” Então Francisco perguntou: “Que quereis que eu faça, Senhor?” “Volta para a tua terra – disse a voz – e lá saberás o que deves fazer.” (Cf., Fontes Franciscanas I, Legenda dos Três Companheiros, 6). Até ao fim da vida, Francisco procurou sempre e acima de tudo desejar ter o Espírito do Senhor. E o Espírito incessantemente o foi conduzindo por caminhos de desprendimento de si mesmo cada vez mais profundo. Essa desapropriação interior, longe de constituir empobrecimento da sua rica personalidade, alargava-lhe, no coração, um espaço cada vez maior. Ia crescendo nele a capacidade de comunhão e de fraternidade. Recusando apropriar-se fosse do que fosse, entrava à vontade em comunhão com qualquer criatura. A pobreza transformava-se em riqueza. Era a chave do Reino. Com tal espírito de mansidão, Francisco renascia, ao mesmo tempo, para Deus, para o mundo e para si próprio. (Elói Leclerc, Desponta o sol em Assis, Editorial Franciscana, Braga, 1999, pág. 115). Bebendo do Carisma
Deus exigiu à Mãe Clara sacrifícios e renúncias, até o martírio interior, mas nunca qualquer atitude, por mínima que seja, desmente o que aconselha. Por isso, as obras que nascem do seu zelo apostólico aparecem como autênticos “milagres” da mão de Deus. (Cf., A Irmã dos Pobres, Irmã Maria Lucília L. de Carvalho, pág. 36) Plano de Formação 2007/08
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Conversão Interior
“Quanto devemos andar sempre preparadas e com a consciência sempre tranquila!” (Fontes da Confhic III, Mãe Clara, Circular nº 13, pág. 50) Para reflexão
A fundamentação mais universal para indicar a conversão é a da mudança. Daí surge a primeira questão: quem deve mudar, a realidade, os condicionamentos, as
estruturas ou o indivíduo que é o atingido ou mesmo o causador dessas estruturas
?
O mais fácil é a de culpar as estruturas e, com isso, continuar na rotina do “deixa
andar”. Parece a resposta mais fácil.
Converter-se é mudar, ser diferente, mudar de rumo, agir de maneira diversa. Segundo a Bíblia, a conversão implica em mudança de mentalidade (matanoia): assumir uma cosmovisão diferente, valores novos, postura ética de outro feitio e vertente. Pede mudança de rumo e de prospectiva. É bem verdade, que a conversão pressupõe, como primeiro passo, o conhecimento da realidade a ser transformada. Exige um profundo conhecimento de si
mesmo e de tudo aquilo que afecta e pode modificar a minha pessoa, ou melhor, minha
personalidade. Quais os “mecanismos” que determinam o meu agir, resultante do
meu modo de pensar?
Aqui entramos em uma área bastante ampla e complexa. Não
são muitos os que, realmente, se conhecem a fundo. Seria preciso ampliar o auto-
conhecimento.
Perguntamo-nos o que Cristo intentava, quando convidou seus ouvintes à conversão: “Convertei-vos! Crede na Boa-Nova!”. Estava em jogo, naquela hora, a própria finalidade da sua vinda ao mundo, o conteúdo de seu ensinamento e de seu modo de agir. Primeiramente, Cristo veio-nos ensinar a ser filhos e filhas de Deus e, de consequência, a ser irmãos e irmãs. Parece simples e, contudo, é o caminho de conversão mais difícil. Ser filho e filha de Deus importa em “estar nas coisas do Pai” (Lc 2,49), sem esquecer as da
terra
. Cuidar e amar o que é terreno em vista do que é eterno. São normas
fundamentais e irrenunciáveis. É o equilíbrio entre materialismo e alienações. Quando,
em dias de estudo, de retiro ou de aprofundamento da fé, se fala de conversão, assalta-
nos uma certa tristeza, medo e insegurança. Trata-se de algo novo, omitido ou nunca
antes pensado como urgente.
• Amo na verdade a Deus com todo meu coração e preocupo-me em renovar a minha fé cristã através da oração, da participação activa na Eucaristia dominical, da leitura da Palavra de Deus? • Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus? • Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorro a Ele constantemente, ou • Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu? • Amo de coração o meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor Jesus me Plano de Formação 2007/08
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• Na minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com paciência e • Recorro com frequência ao Sacramentos? • O que é que mais me tem ajudado a crescer como cristão franciscano • Como poderia a Fraternidade ajudar-me a amadurecer e dar fruto? Proposta de Compromisso

No final de cada dia, vou avaliar a passagem de Deus pela minha vida e tomar
consciência da minha resposta aos Seus apelos.

*AJUDA PARA A CONCRETIZAÇÃO DO COMPROMISSO:
MÉTODO I

1. Pedir luz para rever o dia.
2. Lembrar-se do que aconteceu no dia que passou, agradecer o que houve de bom. 3. Ver o que foi mais marcante, mesmo as coisas pequenas, e perguntar-se como Deus me falou hoje pela Sua palavra e pelos acontecimentos. Como respondi? 4. Pedir perdão pelo que não foi conforme o Evangelho. 5. Prever o que pode ser melhor no dia seguinte e confiá-lo à graça de Deus. MÉTODO II
Exame de consciência:
Deveres para com Deus: Lembrei-me de Deus durante o dia, oferecendo-Lhe o meu
trabalho, dando-Lhe graças, recorrendo a Ele com confiança de filho? Deixei-me vencer
pelos respeitos humanos em algum momento? Fiz as minhas orações pausadamente com
atenção e devoção?
Deveres para com o próximo: Tratei com dureza ou desprezo os demais? Tive a
preocupação de ajudar os que me rodeiam, fazendo-lhes, além disso, a vida mais
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agradável? Preocupa-me também a sua vida religiosa? Fiz algum apostolado? Caí na murmuração? Perdoei? Rezei pelas pessoas que de algum modo me preocupam? Deveres para comigo mesmo: Lutei pela minha própria santificação? Deixei-me levar
por sentimentos de orgulho, vaidade, sensualidade? Esforcei-me por arrancar o meu
defeito dominante? Recorri a Deus para que aumente em mim todas as virtudes e,
especialmente, a fé, a esperança e a caridade?
Oração
1. Apresentação Power Point – Coração Arrependido (edição Fasfhic)
Ou
2. Rezar juntos o Salmo 51(50).
O Salmo 50 é um Salmo penitencial em que o ser humano pede a Deus que lhe dê
um coração limpo e um espírito firme para que possa servir a Deus sem entraves


Salmo 51(50)
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.
Reconheço as minhas culpas
e tenho sempre diante de mim os meus pecados.
Contra ti pequei, só contra ti,
fiz o mal diante dos teus olhos;
por isso é justa a tua sentença
e recto o teu julgamento.
Eis que nasci na culpa
e a minha mãe concebeu-me em pecado.
Tu aprecias a verdade no íntimo do ser
e ensinas-me a sabedoria no íntimo da alma.
Purifica-me com o hissope e ficarei puro,
lava-me e ficarei mais branco do que a neve.
Faz-me ouvir palavras de gozo e alegria
e exultem estes ossos que trituraste.
Desvia o teu rosto dos meus pecados
e apaga todas as minhas culpas.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro;

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Conversão Interior
renova e dá firmeza ao meu espírito. Não me afastes da tua presença, nem me prives do teu santo espírito! Dá-me de novo a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito generoso. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos e os pecadores hão-de voltar para ti. Ó Deus, meu salvador, livra-me do crime de sangue, e a minha língua anunciará a tua justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, para que a minha boca possa anunciar o teu louvor. Não te comprazes nos sacrifícios nem te agrada qualquer holocausto que eu te ofereça. O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito; ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido. Pela tua bondade, trata bem a Sião; reconstrói os muros de Jerusalém. Então aceitarás com agrado os sacrifícios devidos, os holocaustos e as ofertas.

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